Durante o ano de 1997, registaram-se em Portugal cerca de 105 mil óbitos; destes, mais de metade resultaram de dois grupos de causas de morte:
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- as doenças do aparelho circulatório mantêm-se como a primeira grande causa de morte em Portugal correspondentes a 40,1% do total;
- os tumores malignos foram responsáveis por 19,5% do total de óbitos.
Relativamente a 1996, o peso destes dois grupos no conjunto das causas de morte não se modificou de forma significativa, realçando-se, apenas, a ligeira descida das doenças do aparelho circulatório (representaram 41,7%, em 1996) e o pequeno acréscimo dos tumores malignos (19%, em 1996). A incidência destas causas na mortalidade em Portugal vem crescendo de forma praticamente constante ao longo das últimas décadas. Se os dois grupos atingiram 59,6% do total dos óbitos registados em 1997, em 1960 significavam apenas 35%. Em 1990, já se verificava um peso bastante mais elevado destes dois grupos relativamente ao total dos óbitos (61,8%, face a 57,8% em 1980 e 42,4% em 1970).
Na década de 90 assistiu-se a uma estabilização desta situação (embora com uma diminuição conjunta de 3,6%), notando-se, no entanto, uma tendência decrescente dos óbitos por doenças cárdio-vasculares compensada por uma proporção crescente dos óbitos por tumores malignos.
Em terceiro lugar nas causas de morte de óbitos registados em 1997 surgem as causas externas, com 5,3% do total. No conjunto de 5533 óbitos motivados por causas externas em 1997, destacam-se os resultantes de acidentes de trânsito de veículos de motor, com 2019 casos (36,5%). No período 1960-1997, os óbitos resultantes deste tipo de acidentes registaram um acréscimo de 145,3%; esta é mesmo a principal causa de morte para os indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos.
De referir ainda, no âmbito das causas externas, os óbitos por suicídio e por homicídio, com 483 e 125 casos, respectivamente; regista-se, contudo, uma tendência decrescente nestas causas de morte.
Para saber mais...
Algumas definições:
- Causa de morte - Doença, estado mórbido ou lesão que produziu a morte ou que contribuiu para ela, ou as circunstâncias do acidente ou da violência que produziu essa lesão.Causa de morte - Doença, estado mórbido ou lesão que produziu a morte ou que contribuiu para ela, ou as circunstâncias do acidente ou da violência que produziu essa lesão.
- Causa [de morte] externa (morte não natural) - Factores externos responsáveis pela estado patológico causador do óbito, nomeadamente por tipo de suicídio, tipo de acidente, tipo de homicídio, catástrofe natural e outros.Causa [de morte] externa (morte não natural) - Factores externos responsáveis pela estado patológico causador do óbito, nomeadamente por tipo de suicídio, tipo de acidente, tipo de homicídio, catástrofe natural e outros.
- Doenças - Estados do organismo em que existem alterações anatómicas ou perturbações funcionais que o afastam das condições normais. Utiliza-se para fins estatísticos a Classificação Internacional de Doenças (OMS).Doenças - Estados do organismo em que existem alterações anatómicas ou perturbações funcionais que o afastam das condições normais. Utiliza-se para fins estatísticos a Classificação Internacional de Doenças (OMS).
- Óbito - Desaparecimento permanente de qualquer sinal de vida em qualquer momento, após o nascimento com vida.Óbito - Desaparecimento permanente de qualquer sinal de vida em qualquer momento, após o nascimento com vida.
Para encontrar mais informação sobre esta área temática, consulte as Estatísticas da Saúde (publicadas anualmente pelo INE).