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Perfil de um dia médio

 

DAS 0 ÀS 7 DA MANHà
- PORTUGAL DORME, E NÃO SÓ

À meia noite, cerca de três quartos da população com seis e mais anos dorme, enquanto 7% se prepara para o fazer ou então para sair. A par destas actividades, o lazer ocupa ainda alguma importância (14%), com destaque para a televisão. A esta hora, 3,1% da população ainda trabalhava em termos profissionais ou estudava e 1,2% efectuava algum trabalho doméstico ou prestava cuidados à família (sua ou outras). 

Esta distribuição da ocupação do tempo mantém-se até às 6 horas da manhã, crescendo a proporção dos que vão dormir, ao mesmo tempo que as demais actividades vão perdendo importância.

 

DAS 7 ÀS 12 HORAS 
- TOCA O DESPERTADOR... É A HORA  DE ACORDAR, PREPARAR PARA O TRABALHO OU ESTUDO, OU TRABALHAR NAS LIDES DOMÉSTICAS

A partir das sete horas tudo se altera: Portugal começa a despertar e com ele outras actividades vão ganhando importância - são os cuidados de higiene e os cuidados à família, havendo já cerca de 6% da população que às sete da manhã se encontra a trabalhar, a estudar ou vai a caminho.
Às oito horas, apenas um terço da população ainda dorme (35%), havendo sensivelmente a mesma proporção dos que estão a trabalhar, nas aulas ou em casa a estudar, bem como nas lides domésticas. O lazer ocupa, ainda, cerca de 4% da população. Até ao meio dia, o trabalho profissional / estudo e o trabalho doméstico, no qual se incluem, para além dos cuidados à casa e família, os cuidados aos animais, as reparações, as compras, a jardinagem, etc., ocupam cerca de 70% da população; no mesmo período, mais de 10% da população dedica-se ainda ao lazer.

 

DAS 12 ÀS 14 HORAS
- ESTAMOS NA HORA DO ALMOÇO

Este é o período do almoço; com efeito, a proporção dos que se "sentam à mesa" começa a aumentar, podendo dizer- se que às 13 horas quase metade da população parou para comer. Os outros continuam a trabalhar, quer em termos profissionais e enquanto estudantes, quer nas tarefas domésticas. O lazer mantém ocupada cerca de 15% da população. 

 

DAS 14 ÀS 19 HORAS
- NOVAMENTE NO ACTIVO, COM EXCEPÇÕES

O trabalho profissional e os cuidados à família são ainda as ocupações em que se detém mais de 50% da população, nomeadamente até às 18h 30m. Entre as 14 e as 16 horas, existe uma franja de população que dorme uma sesta. A tarde é ainda marcada pelas ocupações não profissionais, como sejam a leitura, as visitas, o cinema, os passeios etc. Às 16h30m a televisão já "prende" pelo menos 7% da população, valor que vai crescendo, até atingir mais do dobro às sete horas.

 

DAS 19 HORAS ÀS 20 E 30 
- É A HORA DO CONVÍVIO FAMILIAR 

Este é o período do dia em que a família se reúne enquanto confecciona o jantar, janta, realiza outros trabalhos domésticos ou confraterniza, ao mesmo tempo que a televisão regista um maior crescimento de "audiência" - entre as sete e as oito e meia da noite, a proporção de portugueses que vê televisão passa de 16% para 24%. O trabalho e / ou estudo vai decrescendo de importância, havendo a registar, no entanto, cerca de 8% da população nestas actividades.

 

DAS 20 E 30 ÀS 22 HORAS
- A POPULAÇÃO DEITA-SE CEDO, MAS A TELEVISÃO AINDA OCUPA MUITOS PORTUGUESES

Mais de trinta por cento da população encontra-se em frente da televisão, enquanto lentamente começa a crescer a proporção dos que se deitam. Mesmo assim, cerca de 7% mantém-se ainda "à mesa" ou "foi tomar um café". Os cuidados à família e as actividades domésticas continuam a ocupar 10% da população.

 

DAS 20 E 30 ÀS 22 HORAS 
- A POPULAÇÃO DEITA-SE CEDO, MAS A TELEVISÃO AINDA OCUPA MUITOS PORTUGUESES

Mais de trinta por cento da população encontra-se em frente da televisão, enquanto lentamente começa a crescer a proporção dos que se deitam. Mesmo assim, cerca de 7% mantém-se ainda "à mesa" ou "foi tomar um café". Os cuidados à família e as actividades domésticas continuam a ocupar 10% da população.

 

A pressa veio para ficar

Pode afirmar-se que em mais de um terço da população com 15 ou mais anos existe um sentimento de stress, aqui entendido como o sentir que anda apressado "todos os dias" ou "com frequência" (38,6%). Se a estes portugueses, acrescentarmos os que andam apressados "algumas vezes", então mais de metade da população (54%) anda de alguma forma apressada.

Todavia, este sentimento não afecta a população da mesma forma, podendo pensar-se que este segue ou "obedece" ao ciclo de vida: com efeito, entre os 15 e os 24 anos, um em cada três indivíduos indicaram que andavam apressados (todos os dias ou com frequência); entre os 25 e os 54 anos, esta proporção passa para um em cada dois, idade que poderá ser entendida como a idade adulta, geralmente activa e que corresponde também normalmente a responsabilidades familiares; a partir dessa idade, a curva inflecte, caindo para os 34% entre 55 e os 64 anos e para os 13% no grupo etário constituído pelos indivíduos com 65 ou mais anos.

População apressada todos os dias ou com frequência, por grupo etário e sexo

Por outro lado, este sentimento de "pressa" não só atinge mais as mulheres do que os homens, como começa mais cedo e vai até mais tarde: no escalão dos 15 aos 24 anos, em cada 100 jovens do sexo masculino, 29 diziam-se apressados; esta proporção, no caso das jovens, é de 41 em cada 100; no escalão seguinte (25 a 54 anos), atinge 45% da população masculina, enquanto no caso das mulheres esta percentagem é de 56%. Comportamento idêntico acontece nos últimos escalões (33% versus 36% para o escalão 55 a 64 anos e 12% versus 15% para os indivíduos com 65 ou mais anos).

 

Há 600 000 indivíduos que resistem à televisão

Quase todas as famílias (97%) dispõem de, pelo menos, um aparelho de televisão; uma em cada 5 dispõe mesmo de pelo menos, três aparelhos; uma em cada 6 tem televisão por cabo e praticamente uma em cada duas famílias dispõe também de vídeo.
Não admira pois, que a televisão seja o número 1 da ocupação de lazer dos portugueses; qualquer que seja a idade ou o sexo, a grande maioria da população vê televisão "todos os dias" ou "com frequência"; apenas 6% consegue recusar, dizendo "que não vê" ou que "vê raramente".

Lazer "dentro de casa" 

Se quase toda a população vê televisão "todos os dias" ou "com frequência", o que varia é o tempo que se está defronte do écran, sendo que as mulheres registam uma duração inferior à dos homens. 
Se a televisão é a ocupação de lazer n.º 1 dos portugueses, a leitura de jornais e revistas ocupam o 2º e o 3º lugar, respectivamente; com efeito, 58% da população com 15 e mais anos lê jornais, proporção que baixa para 54%, no que respeita às revistas. De referir que as mulheres preferem as revistas, enquanto os homens se sentem mais atraídos pelos jornais.
Finalmente, a leitura de livros é a que menos apetência transmite: apenas um em cada três indivíduos referiu que leu pelo menos um livro nos últimos doze meses, sendo que, os que leram entre um e cinco livros representam 74% dos que leram; daqui se deduz que não só é baixa a percentagem dos que lêem, como é sobretudo baixa a proporção dos que lêem com alguma regularidade.

População com 6 ou mais anos por número de livros que leu nos últimos 12 meses

A "ausência de tempo disponível", bem como a "falta de interesse", são as principais razões para a não leitura. Embora não referida como razão, não é possível esquecer que existe uma franja de população que não lê, porque a sua capacidade para o fazer é reduzida.

População com 6 ou mais anos que não leu nenhum livro no último ano, segundo as razões de não leitura

Até aqui abordou-se sobretudo o lazer "dentro" de casa. Mas o que se passa com as saídas identificadas com os espectáculos vivos ou o cinema, ou mesmo a prática de um desporto?
O cinema constitui alternativa de lazer para 32% da população observada, ou seja, 1 em cada 3 indivíduos foi ao cinema pelo menos um vez nos 12 meses anteriores ao inquérito. No entanto, dos que afirmaram ter ido ao cinema, quase metade apenas o fez entre 1 e 3 vezes; só 14% foi com alguma frequência (12 ou mais vezes).

População com 6 ou mais anos, segundo a frequência com que foi ao cinema, nos últimos 12 meses

A principal razão apontada para este comportamento é a "ausência de tempo disponível" (28%) e, em segundo lugar, a de "preferir ver televisão" (22%). No entanto, e embora não explicitamente identificadas, deverão estar presentes a não existência de salas de cinema em áreas acessíveis à população (pode-se verificar que as regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo absorvem, no conjunto, 69% das salas de cinema do país e 75% dos espectadores). Também neste caso, as dificuldades de leitura (de legendas) são para alguns uma razão para a não frequência das salas de cinema. O preço dos bilhetes é motivo para a ausência de frequência de 13% da população.

 

Para saber mais...

Na sequência de uma iniciativa pioneira a nível nacional e em articulação com as experiências internacionais no mesmo domínio, o INE divulga agora os primeiros resultados do "Inquérito à Ocupação do Tempo - 1999".

Esta nova operação estatística foi realizada em parceria com um leque variado de entidades, públicas e privadas: IMPRESA - SGPS, SA; Instituto do Emprego e Formação Profissional; Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego; Banco de Portugal; Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia; Modelo Continente - SGPS, SA; CP - Caminhos de Ferro Portugueses, EP; Rede Ferroviária Nacional - REFER, EP; Metropolitano de Lisboa. O INE obteve ainda o apoio do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Técnica de Lisboa e do Observatório das Actividades Culturais.

A recolha da informação, junto de uma amostra de cerca de 10 000 indivíduos, decorreu no último trimestre de 1999. Após o tratamento dos dados, obtidos através de um processo misto de entrevista e de auto-preenchimento de um "Diário", é agora possível responder a questões como:

- Quais as ocupações dos portugueses num dia "tipo", assim como as respectivas durações;
- Em que se ocupam as crianças e os idosos;
- Como se reparte o trabalho doméstico e os cuidados às crianças, entre os homens e as mulheres;
- O que se faz no intervalo para almoço;
- Qual é, e como se ocupa, o tempo de lazer.

 

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