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O Instituto Nacional de Estatística, de 5 em 5 anos, recolhe informação sobre os orçamentos familiares. Este inquérito visa caracterizar três áreas essenciais desses orçamentos: o nível e estrutura das despesas das famílias, os níveis de rendimento familiares e os indicadores de conforto, sejam eles básicos, como a electricidade ou os esgotos, ou próprios da sociedade actual, como a televisão ou o computador.

A informação recolhida no âmbito deste inquérito é utilizada para actualizar a composição e ponderação (importância relativa) que os bens e serviços que compõem o Índice de Preços no Consumidor (índice que permite calcular a taxa de inflação) possuem, assim como para elaborar as estimativas de Consumo Privado das Contas Nacionais.

 

1. Estrutura das despesas das Famílias

Mais de metade das despesas totais das Famílias é realizada em Alimentação, Habitação e Transportes...

Em 2005/2006, e adoptando a Classificação do Consumo Individual por Objectivo (COICOP), mais de metade (55%) das despesas dos agregados familiares concentravam-se em três grandes grupos de produtos: Produtos Alimentares (divisão 01); Habitação (divisão 04) e Transportes (divisão 07).

A concentração das despesas neste tipo de bens e serviços mantém o perfil da estrutura da despesa registado nos últimos anos na sociedade portuguesa (56,7% em 1989/90; 57,2% em 1994/95 e 53,5% em 2000). Porém, é de notar que em 2005/06 se acentua a importância relativa das despesas com Habitação (26,6%). Estas despesas passam a constituir, desde 2000, a principal afectação das despesas familiares, reflectindo também o maior aumento proporcional no total da despesa, o que correspondeu a um acréscimo de 6,8 pontos percentuais.


Por outro lado, manteve-se a tendência de perda de peso da despesa em Produtos Alimentares na composição das despesas familiares. Em duas décadas e meia, estas despesas reduziram-se para cerca de metade da sua importância relativa, passando de 29,5%, em 1989/90, para 15,5%, em 2005/06.

 

2. O nível da despesa média dos agregados familiares em bens e serviços

Famílias despendem anualmente 17 607 euros no consumo de bens e serviços

Em 2005/06, a despesa média anual dos agregados familiares em bens e serviços foi de 17 607 euros. As despesas relativas a Habitação, incluindo as despesas com água, electricidade, gás e outros combustíveis, foram de 4 691 euros por agregado, seguindo-se as despesas em Produtos Alimentares e Bebidas não alcoólicas (2 736 euros) e em Transportes (2 272 euros).

Lisboa e Algarve com níveis de despesa superiores à média nacional

Por região, apenas duas regiões apresentavam níveis de despesa média por agregado familiar superiores à média nacional: Lisboa, com 20 715 euros, 18% acima da média do país, e o Algarve, com 18 319 euros, 4% acima da média nacional. Para as regiões abaixo da média nacional, evidencia-se a região do Alentejo, com uma despesa média por agregado familiar de 14 067 euros, o mais baixo nível de despesa, distando 20% da média nacional.

3. Nível de rendimento

O rendimento médio mensal das famílias era em 2005/06 de 1 845 euros

De acordo com os resultados obtidos no Inquérito às Despesas das Famílias, o rendimento líquido anual médio por agregado familiar era de 22 136 euros, o que corresponde a um rendimento líquido médio mensal de cerca de 1 845 euros. Uma análise da composição dos rendimentos permite verificar que os rendimentos provenientes do Trabalho por conta de outrem constituíam a maior parcela dos rendimentos familiares, representando 49% do rendimento total e 60% do rendimento monetário
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O rendimento médio na região de Lisboa era 24% superior à média nacional

O confronto entre o rendimento líquido dos agregados familiares das várias regiões permite constatar a existência de uma significativa assimetria regional, com a região onde o nível de rendimento foi mais elevado (Lisboa) a apresentar valores médios cerca de 50% superiores aos da região com menor nível de rendimento (Alentejo).

Apenas a região de Lisboa e a R.A. dos Açores apresentaram rendimentos líquidos totais superiores ao valor médio nacional. Porém, o rendimento líquido médio mensal dos agregados que residiam na região de Lisboa era de 2 289 euros, valor que é 24% superior à média nacional, enquanto na R.A. dos Açores este diferencial era somente de 6%.


As regiões Norte e Centro apresentaram um desfasamento face ao rendimento médio do conjunto dos agregados, de 10% e 9%, respectivamente. Este desfasamento é mais acentuado no Alentejo, cujo rendimento médio constituía cerca de 83% do rendimento médio do total dos agregados familiares.


4. Nível de conforto

As condições básicas de conforto estão asseguradas à generalidade famílias

De acordo com os resultados do Inquérito às Despesas das Famílias, 99,7% dos alojamentos dispunham de electricidade, 98,5% tinham água canalizada no seu interior e 97,4%, dispunham de sistema de esgotos.
 


A percentagem de alojamentos com instalação sanitária completa, no interior, apresenta ligeiras desigualdades por regiões, com um mínimo de 93,9% no Alentejo e um máximo de 98,9% em Lisboa.

Também a proporção de alojamentos com fogão (99,8%), frigorífico (99,0%) e máquina de lavar roupa (89,3%) é demonstrativa da utilização corrente deste tipo de equipamentos. Salienta-se a percentagem de agregados com microondas, pelo elevado crescimento de 2000 (33,3%) para 2005/06 (70,2%).

 


 

Os aparelhos de televisão são comuns à quase totalidade dos alojamentos (98,9%). A posse de telemóvel revelou-se predominante face à existência de telefone fixo, situação inversa face a 2000; a nível nacional 81,4% (47,4% em 2000) de agregados dispõem de telemóvel e 68,7% (75,5% em 2000) de telefone fixo.
Em 2005/06, o computador estava disponível em mais de metade (52,6%) dos alojamentos da região de Lisboa (43,9% a nível nacional).

 

Para saber mais...

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Inquérito às Despesas das Famílias 2005/2006

O Inquérito, realizado entre 10 de Outubro de 2005 e 8 de Outubro de 2006, é o mais recente da série de inquéritos quinquenais sobre orçamentos familiares (IOF) iniciada na década de 60. O desenvolvimento destes inquéritos visa, em primeiro lugar, a actualização periódica da estrutura das despesas da população residente no país, pilar fundamental para a manutenção do cabaz de bens e serviços utilizado no Índice de Preços do Consumidor. São também recolhidos dados sobre o rendimento disponível monetário e não monetário dos agregados familiares e alguns indicadores de conforto básico.

Tal como nas edições anteriores, os dados do inquérito 2005/2006 relativos às despesas correntes foram recolhidos por auto-preenchimento apoiado por entrevistadores, o que se concretizou no inventário diário de todas as despesas feitas por cada família seleccionada durante uma quinzena. Os restantes dados, em particular os relativos a despesas não correntes, a rendimentos e bens de conforto, foram recolhidos através de entrevista directa assistida por computador (CAPI, ou Computer Assisted Personal Interview em inglês).

O Inquérito às Despesas das Famílias dirigiu-se a uma amostra aleatória representativa dos agregados familiares residentes no território nacional.
Foram seleccionados, numa amostra aleatória de alojamentos familiares de residência principal, um total de 16700 alojamentos familiares de residência principal no País, distribuídos a priori de forma uniforme ao longo das 26 quinzenas que constituem o período de inquirição. O número de entrevistas completas foi de 10403 agregados familiares, o que corresponde a uma taxa de resposta de 62%.

Os resultados estimados foram obtidos a partir dos ponderadores de agregado familiar, que permitem replicar as condições reportadas pelos respondentes para o conjunto de famílias residentes em Portugal, de acordo com pressupostos de semelhança em termos de região, grau de urbanização, dimensão familiar e características dos indivíduos (género x escalões etários, nível de instrução) que constituem os agregados .

Para informações adicionais sobre Inquérito às Despesas das Famílias 2005/2006, pode aceder ao respectivo Destaque e Quadros.

Alguns conceitos utilizados:

Classificação do Consumo Individual por Objectivo
NUTS II

Nota: ver outros conceitos no Glossário

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Atualidades


 

As Atualidades são notícias contendo uma leitura da informação estatística produzida pelo INE que é divulgada habitualmente através dos seus “Destaques do INE”.

Os conceitos são explicados recorrendo ao glossário do ALEA e as terminologias e metodologias usados na elaboração desses Destaques são adaptadas ao público alvo do ALEA.