Desde os tempos da ex-ministra da Saúde, Leonor Beleza, que acabou o vínculo automático que os médicos tinham com o Estado, assim que se formavam. No entanto, o bastonário da Ordem, Germano de Sousa, explica que esse desvinculamento é hoje quase teórico: «Praticamente, só não tem vínculo à Função Pública quem não quer. E há vagas para todos os internos de especialidade, embora nem sempre no hospital pretendido.»
Actualmente, estão inscritos na Ordem 32 852 médicos, embora o bastonário pense que cerca de 10% já se tenham reformado ou mesmo morrido. E, num ponto, tanto o Governo como a Ordem e os sindicatos estão de acordo. Dentro de poucos anos sairá boa parte dos médicos actuais e a sua substituição não foi preparada a tempo.
Germano de Sousa entende que o aumento das vagas nas escolas devia ter começado há três ou quatro anos, frisando que vai acentuar-se a falta de médicos para as urgências. A classe médica irá sendo, progressivamente, cada vez mais velha, pois o numerus clausus apertou há duas décadas. Acontece que , aos 50 anos, os médicos são dispensados das urgências nocturnas e, aos 55 de todas as urgências.
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