Inquérito a 46 mil alunos e professores
Muitos estudantes e professores já sentiram o chão a fugir-lhes dos pés. Raras serão as pessoas que não ouviram falar de situações de violência, maior ou menor, física ou psicológica, dentro ou nas imediações de uma escola. “Coisas de miúdos”, dirão alguns. Mas nalgumas escolas portuguesas, o dia-a-dia nem sempre flui sem sobressaltos ou agressividade » Identificar e avaliar os problemas de segurança e criminalidade nas escolas do ensino secundário, através da percepção de alunos e professores, é o objectivo do estudo.
Entre Fevereiro e Abril de 2006, foi enviado um questionário a 230 escolas que aceitaram colaborar. Dos 230 estabelecimentos que à partida aceitaram participar, 204 apresentaram dados suficientes para realizar cálculos fiáveis e comparativos. Alguns dados Estatísticos: » Cerca de 37% dos alunos e 18% dos professores referem já ter sido vítima de violência ou de crimes de ordem física ou psicológica dentro ou nas imediações da escola. » A idade mais crítica para se ser um alvo situa-se entre os 12 e os 14 anos. » Medo, insegurança, discriminação, gozo ou criminalidade são as razões apontadas por cerca de 5% dos alunos para faltar às aulas. Extrapolando os resultados para uma população de quase 700 mil estudantes entre o 7.º e o 12.º ano, tal significa, no ano lectivo de 2004/2005, mais de 13 mil alunos. » Ferimentos causados por situações violentas (confrontos, assaltos, etc.), dentro, nas mediações ou a caminho da escola, provocaram absentismo em cerca de 1% dos estudantes, o que representa, considerando a mesma população, quase 7 mil alunos. » Nas imediações da escola, a satisfação dos alunos e dos professores com a política de segurança é baixa. Lisboa, Porto e Setúbal surgem mal classificados. O tráfico de drogas e assaltos com violência explicam mais de 70% da insatisfação global com a política de segurança. » Muitos estudantes optam por não contar aos pais as situações de que foram vítimas. Dois em cada três não revelam as ofensas verbais e a mesma proporção opta pelo silêncio quando vítimas de carácter sexual. Quem foi assaltado ou lhe desapareceram bens, confessa-o, na maioria dos casos. » Dos mais de 9 mil docentes que nos responderam, 83 indicaram ter sido vítimas de ofensas físicas desde que dão aulas na sua escola actual. Aqui, a punição chega à expulsão do aluno em 14% das queixas. |
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