Sozinhos em casa
130 mil
lisboetas têm mais de 65 anos. Lisboa tem pouco mais de meio milhão de habitantes. Nas freguesias da Graça e São Vicente de Fora, quase um terço dos idosos vive sozinho.
2063
número de idosos a viver na Graça. A freguesia tem 6960 habitantes, ou seja, um terço da população tem mais de 65 anos. Em São Vicente de Fora vivem 1213 idosos, numa população de 4267 pessoas. |
A desertificação dos centros urbanos é uma regra com muito poucas excepções.
Nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, enquanto os subúrbios rebentam pelas costuras, os centros definham por anorexia. As zonas centrais das duas grandes cidades estão cada vez menos povoadas e mais envelhecidas. Um em cada quatro lisboetas tem mais de 65 anos e 60% das casas precisa de maior ou menor reparação, estando 28% de medianamente a muito degradada. Um fenómeno agravado pela tendência de deslocação para concelhos limítrofes, de grandes equipamentos colectivos (hospitais, universidades, etc.) e de empresas de maior peso económico.
Num país onde o interior se despovoa e o litoral hipertrofia, é irónico que Lisboa e Porto sejam os concelhos que, entre 1991 e 2005, mais população perderam. Na capital verificou-se a maior perda populacional absoluta: um decréscimo de 143 599 habitantes, descendo de 663 394 para 519 795 pessoas. Ora, no mesmo período a área metropolitana recebia mais 164 000 pessoas.
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Duas faces da degradação urbana
Idosos por capital de distrito
Estado da conservação dos edifícios habitacionais
(valores em percentagem)
40%
percentagem de escritórios vazios na freguesia de São Sebastião da Pedreira em termos de espaço (e não de prédios). O PDM permite à freguesia ter 60% dos prédios ligados ao sector terciário.
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A fuga das galinhas dos ovos de ouro
Depois dos moradores, também as empresas estão a emigrar para os arredores. 2007 está a ser dos piores anos.
As empresas, pequenas, grandes ou médias, estão a abandonar o centro de Lisboa.
As rendas caras, a falta de garagens e os estacionamentos pagos são as principais causas da fuga do sector terciário para a periferia.
(…) Os especialistas apelidam o fenómeno de "segunda desertificação" (a primeira foi o abandono dos moradores do centro da capital). As duas têm contribuído para o aumento da insegurança na capital.
Cidade boa e barata
Numa das mais jovens cidades do país, com um crescimento médio anual de 1,4% desde 1991, a grande oferta do mercado habitacional a preços acessíveis é dos factores que tornou Braga apetecível para viver e trabalhar.
"Com excepção do centro pedonal, a compra ou aluguer de casa é um terço mais barata em relação ao Porto" - frisa um arquitecto, a viver em Braga há 23 anos.
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