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Em 2014, mais de metade (52,8%) da população com 18 ou mais anos tinha excesso de peso ou mesmo obesidade (50,9% há uma década). O aumento da obesidade foi o mais expressivo, tendo afetado principalmente as mulheres e a população com idades entre 45 e 74 anos. Cerca de 75% da população com 15 ou mais anos consultou um médico de medicina geral e familiar.

A percentagem de pessoas que referiram consumir medicamentos prescritos por um médico aumentou acentuadamente com a idade, sendo esta situação mencionada por mais de 90% da população acima de 65 anos.

A proporção da população fumadora (20,0%) manteve-se estável face a 2005/2006 (20,9%), observando-se, todavia, uma diminuição de 2% no número de pessoas que fumam diariamente. Quase 35% da população com 15 ou mais anos consumia bebidas alcoólicas diariamente.

 

 

O Instituto Nacional de Estatística efetuou em 2014, numa colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o Inquérito Nacional de Saúde (INS 2014), em todo o território nacional.
Este inquérito teve população alvo, o conjunto de indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos que, no período de referência, residiam no território nacional. Para essa seleção, utilizaram-se os alojamentos familiares de residência principal, em que, para cada alojamento, foi selecionado apenas um indivíduo. Assim, a amostra foi de 22 538 alojamentos selecionados (logo indivíduos) e 18 204 respostas válidas, o que corresponde a uma taxa de resposta global de 80,8%.
O objetivo principal foi caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.
Assim, no destaque divulgado pelo INE, os dados de 2014 são, sempre que possível, comparados com os do 4.º INS, então realizado por iniciativa nacional, com questões comuns ao inquérito atual.

 

O aumento da obesidade afetou principalmente as mulheres

Em 2014, 52,8% da população residente com 18 ou mais anos referiu ter peso e altura compatíveis com um Índice de Massa Corporal (IMC) correspondente a excesso de peso (grau I ou grau II) e obesidade, o que representa um aumento de 1,9 pontos percentuais em relação a 2005/2006. O aumento no período em análise foi de 1,2 p.p. para a percentagem de pessoas com obesidade, destacando-se o acréscimo da percentagem de mulheres classificadas nesta categoria (1,5 p.p.).

 

 

Por grupo etário, verifica-se que a obesidade atingia, com maior grau de importância, a população com idades entre 45 e 74 anos (com proporções superiores à média do país), enquanto o excesso de peso de grau II era observado sobretudo na população entre 65 e 74 anos.

 

 

 

Cerca de 75% da população com 15 ou mais anos referiu ter consultado um/a médico/a de medicina geral e familiar

 

No último trimestre de 2014, cerca de 75% dos portugueses com 15 ou mais anos referiram ter consultado um/a médico/a de medicina geral e familiar nos 12 meses anteriores à entrevista, com proporções entre 65,5% para os mais jovens (15 a 24 anos) e 86,6% para as pessoas com idade superior a 75 anos.

 

Quanto às consultas com médicos especialistas, a percentagem de residentes com 15 ou mais anos que recorreu a este tipo de consultas, nos 12 meses anteriores à entrevista, situava-se em 48,1%, sendo que, com o avançar da idade, o aumento de frequência é menos expressivo do que no caso das consultas com médico/a de clínica geral e familiar.

 

 

 

O consumo de medicamentos prescritos por um médico ronda 90% para a população idosa

 

Em 2014, cerca de 56% da população com 15 ou mais anos consumiu, nas duas semanas anteriores à entrevista, medicamentos que foram prescritos por um/a médica/o, com proporções que aumentam de forma acentuada com a idade: inferior a 30% para pessoas com menos de 35 anos, 54,1% entre 45 e 54 anos e mais de 90% para as pessoas com 75 ou mais anos.

 

 

 

O consumo de medicamentos não prescritos é mais frequente até aos 34 anos

 

Em 2014, 23,9% da população com 15 ou mais anos consumiu medicamentos (nas duas semanas anteriores) não prescritos por um/a médica/o. Ao contrário do que se verifica com o consumo de medicamentos prescritos, o consumo de medicamentos não receitados por um/a médico/a decresce com o aumento da idade. A população entre 25 e 34 anos registou a frequência mais elevada (29,8%).

 

 

 

A pílula continua a ser o método contracetivo mais utilizado pelas mulheres

 

Considerando as mulheres dos 15 aos 55 anos, 55,4% indicou ter utilizado um método contracetivo nos 30 dias anteriores à entrevista com o objetivo de evitar uma gravidez.
Por grupo etário, a proporção de mulheres que utilizaram um método contracetivo atingiu a frequência mais elevada na faixa dos 30-34 anos (77,7%) e dos 25-29 anos (71,8%). A proporção mais baixa (21,3%) registou-se no grupo de mulheres mais jovens (dos 15 aos 19 anos).

 

 

A pílula foi indicada como o principal método contracetivo utilizado por quase 70% das mulheres que fizeram contraceção, nos 30 dias anteriores à entrevista; era também o método preferencial em qualquer dos grupos etários considerados.

 

 

A proporção de fumadores manteve-se estável na última década

 

Em 2014, o consumo de tabaco situava-se em 20,0% para a população com 15 ou mais anos. Destes, 16,8% fumavam diariamente. O consumo de tabaco era mais elevado nos homens (27,8%, vs 13,2% dasmulheres). Ao contrário, as mulheres que referiram nunca ter fumado registavam uma proporção bastante superior à dos homens (73,9% face a 40,3%, respetivamente).

 

 

A diferença entre homens e mulheres reflete-se também no número médio de cigarros consumidos diariamente: mais de metade dos homens fumava entre 11 e 20 cigarros em média, por dia (51,5%) comparativamente a 35,4% das mulheres. O consumo médio diário inferior a 11 cigarros era de 60,2% para as mulheres e de 36,5% para os homens.

 

 

Por comparação com os resultados do 4.º INS, os ex-fumadores registaram um aumento de quase 6 p.p. (21,7% em 2014 e 16,0% em 2005/2006) e diminuiu a percentagem da população que nunca fumou (de 62,9% em 2005/2006 para 58,2% em 2014).
A proporção da população fumadora (20,0%) manteve-se estável face a 2005/2006 (20,9%), observando-se todavia uma redução dos fumadores regulares (que fumam diariamente) de quase 2 p.p.
De acordo com o inquérito de 2014, 92,1% das pessoas que deixaram de fumar fizeram-no sem qualquer apoio, enquanto 3,6% recorreram a apoio médico e/ou de medicamentos para deixar de fumar.
No mesmo ano, 8,6% da população com 15 ou mais anos indicou estar exposta a fumo passivo todos os dias, isto é, em espaços fechados com fumo produzido por outras pessoas. Os locais de lazer foram referidos como local de exposição diária por 38,3% da população afetada, enquanto para 31,0% o principal local era a sua casa e para 20,5% o local de trabalho.

 

 

Quase 35% da população com 15 ou mais anos consumia bebidas alcoólicas diariamente

 

De acordo com os resultados do inquérito realizado em 2014, 70,0% da população com 15 ou mais anos referiu ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez, nos 12 meses anteriores à entrevista. As proporções de consumo de álcool eram mais elevadas para pessoas com 25 a 54 anos (superiores a 75%). Foram sobretudo as/os jovens (15-24 anos) e as/os idosas/os aqueles que referiram nunca ter consumido bebidas alcoólicas (28,4% e 25,3%, respetivamente), nos 12 meses anteriores à entrevista. 

 

 

Por outro lado, considerando apenas a população que consumiu bebidas alcoólicas, constatou-se que, nos 12 meses anteriores à entrevista, a frequência diária de consumo aumentava com a idade: 10,1% para as pessoas de 25 a 34 anos, de 40,1% para o grupo de 45 a 54 anos, e de 61,1% para a população idosa. Ao contrário, a frequência dos consumos esporádicos de álcool era mais elevada para os jovens: 70,1% das pessoas entre 15 e 24 anos referiu ter bebido álcool com uma frequência mensal ou ocasional durante o ano anterior, face a 38,2% para a população em geral. 

 

 

De acordo com o inquérito de 2014, o consumo arriscado de álcool (6 ou mais unidades de 10 gr de álcool numa única ocasião), pelo menos uma vez no ano anterior à entrevista, foi referido por 33,2% dapopulação; destes, mais de metade referiu fazê-lo com frequência ocasional (56,2%). 

 

 

 

Nota metodológica:

 

O Inquérito Nacional de Saúde 2014 (INS 2014) foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, junto de uma amostra representativa de alojamentos de todo o território nacional.

 

Este inquérito enquadra-se no projeto EHIS (European Health Interview Survey), cuja recolha regular está prevista no regulamento das estatísticas em saúde pública e em saúde e segurança no trabalho da Comissão Europeia (Regulamento CE n.º 1338/2008). O objetivo é o de caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida. O INS 2014 foi harmonizado e regulamentado a nível europeu (Regulamento UE n.º 141/2013), permitindo a comparação dos resultados. Foram, ainda, incluídas questões de cariz nacional que visavam assegurar a recolha de dados sobre temáticas relevantes para a caracterização do estado de saúde da população portuguesa (nomeadamente a saúde reprodutiva, o consumo de alimentos, a satisfação com a vida e a incapacidade de longa duração) e a comparabilidade com os dados recolhidos no âmbito do 4.º INS de 2005/2006.

 

A população alvo do inquérito foi o conjunto de todos os indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos que, no período de referência, residiam no território nacional.

 

A seleção da amostra seguiu um esquema de amostragem estratificado, sendo, em cada alojamento (22 538 no total) selecionado apenas um indivíduo.

 

As respostas ao INS 2014 foram recolhidas entre setembro e dezembro de 2014 através de entrevistas presenciais e via web, esta pela primeira vez num inquérito por amostragem às famílias. Foram obtidas 18 204 respostas válidas, o que corresponde a uma taxa de resposta global para o território nacional de 80,8%.

 

Conceitos:


Bebida alcoólica: Bebida para consumo humano que contém etanol.
Consulta: Ato em saúde no qual um profissional de saúde avalia a situação clinica de uma pessoa e procede ao planeamento da prestação de cuidados de saúde.
Contraceção: Utilização de meios com o objetivo de evitar a gravidez por via de relações sexuais.
Fumo passivo: Inalação do fumo de tabaco produzido por terceiros.
Índice de massa corporal: Índice internacional adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que permite determinar se um indivíduo tem baixo peso, peso normal, excesso de peso ou obesidade. Nota: o índice de massa corporal corresponde ao quociente entre o peso de uma pessoa em quilogramas e o quadrado da sua altura em metros.
Medicina geral e familiar: Especialidade em medicina que se ocupa dos problemas de saúde dos indivíduos e das famílias de forma continuada e no contexto da comunidade.
Médico de medicina geral e familiar: Médico especialista em Medicina Geral e Familiar.
Médico especialista: Médico habilitado a exercer uma especialidade em medicina.
Pílula contracetiva: Método de contraceção hormonal que consiste na toma regular de um comprimido por via oral.

 

Para consultar o Destaque integral do INE, aceda aqui. Nesta página, pode ainda aceder aos dados em folha de cálculo.

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