Em 2023, estima-se que o número de chegadas de turistas não residentes a Portugal tenha atingido 26,5 milhões, correspondendo a um acréscimo de 19,2% face a 2022 (+7,7% do que em 2019). O mercado espanhol manteve-se como principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 25,2%), tendo crescido 16,7% face ao ano anterior.
A generalidade dos meios de alojamento turístico registou 32,5 milhões de hóspedes, em 2023, que proporcionaram 85,1 milhões de dormidas, correspondendo a variações de +12,5% e +10,3%, respetivamente, valores que refletem crescimentos médios anuais de 2,4% e 2,3%, pela mesma ordem, desde 2019, evidenciando a retoma da atividade do setor depois da crise gerada pela pandemia de COVID-19.
O mercado interno gerou 1/3 das dormidas em 2023, 28,1 milhões, mais 2,1% do que no ano anterior, e os mercados externos deram origem a 57,1 milhões de dormidas, refletindo um crescimento de 14,9%.
As dormidas de não residentes representaram 67,0% das dormidas na generalidade dos meios de alojamento, tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total.
Nos estabelecimentos de alojamento turístico, os proveitos totais ascenderam a 6,0 mil milhões de euros (+20,0%) e os de aposento a 4,6 mil milhões (+21,4%). O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 64,8 euros (+15,4%) e o rendimento médio por quarto ocupado foi de 113,0 euros (+9,1%).
Poderá consultar mais informação estatística sobre o tema do Turismo no portal do INE, incluindo a publicação das Estatísticas do Turismo 2023, em formato pdf e quadros em folha de cálculo.
Chegadas de turistas a Portugal superaram níveis de 2019
O ano de 2023 foi marcado pelos sinais de recuperação da crise no setor, gerada pela pandemia de COVID-19, superando-se os valores recorde de 2019 nos principais indicadores.
Estima-se que, em 2023, o número de chegadas de turistas não residentes a Portugal tenha atingido 26,5 milhões, correspondendo a um acréscimo de 19,2% face a 2022. Comparando com 2019, verificou-se um aumento de 7,7% do número de chegadas de turistas não residentes a Portugal.
O mercado espanhol manteve-se como principal mercado emissor de turistas (quota de 25,2%), tendo crescido 16,7% face ao ano anterior. O mercado do Reino Unido (12,6% do total) voltou a ser o segundo principal mercado emissor, aumentando 14,0%, enquanto o número de turistas franceses (12,4% do total, segundo principal mercado em 2022) cresceu 11,0%. Para além do agrupamento ‘Outros do Mundo’ (+44,8%), os maiores crescimentos foram registados pelos mercados norte-americano (+34,2%) e italiano (+29,2%).
Principais indicadores da atividade turística ultrapassaram os níveis de 2019
Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), a 31 de julho de 2023, estavam em atividade e com movimento de hóspedes, 8 015 estabelecimentos, correspondendo a um aumento de 7,9% face a 2022 e a um aumento médio anual de 2,9% desde 2019.
A generalidade dos meios de alojamento turístico registou aumentos de 12,5% no número de hóspedes e de 10,3% nas dormidas, totalizando 32,5 e 85,1 milhões, respetivamente. Estes números refletem, de resto, crescimentos médios anuais de 2,4% e 2,3%, pela mesma ordem, desde 2019, evidenciando a retoma da atividade do setor depois da crise gerada pela pandemia de COVID-19.
Todas as regiões registaram acréscimos no número de dormidas em 2023, destacando-se o Oeste e Vale do Tejo (+18,2%), o Norte (+14,0%) e a Grande Lisboa (+11,8%) com as maiores variações, sendo menos expressivos no Algarve (+6,7%) e no Centro (+6,9%). Em comparação com 2019, o Algarve e a Península de Setúbal foram as exceções, ao ficarem, em termos de dormidas, ainda aquém dos níveis pré-pandemia (-1,5% e -0,9% respetivamente).
O mercado interno gerou 1/3 das dormidas em 2023, 28,1 milhões, mais 2,1% do que no ano anterior, e os mercados externos deram origem a 57,1 milhões de dormidas, refletindo um crescimento anual de 14,9%. Face a 2019, as dormidas de não residentes ganharam expressão, ainda que de forma muito ligeira (+0,6 p.p.), e registaram um crescimento de 10,4%, acima da variação observada nas dormidas de residentes (+7,5%).
O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2023 (18,0% do total de dormidas de não residentes) e registou um crescimento de 10,2% das dormidas (+5,9% face a 2019), seguido do mercado alemão (11,8% do total), que aumentou 12,4% (+5,9% face 2019), mantendo a 2ª posição. Espanha manteve-se como 3º mercado emissor (10,6% do total) e registou um acréscimo de 8,3% (+5,4% face a 2019).
Peso dos três principais mercados com trajetória decrescente
As dormidas de não residentes representaram 67,0% das dormidas em 2023, tendo este sido o ano, desde 2013, em que se observou uma maior dependência dos mercados internacionais, apenas superado pelo ano de 2017, em que estes mercados totalizaram 67,8% do total
Considerando o período compreendido entre 2013 e 2023, a dependência do principal mercado externo registou o terceiro valor mais baixo em 2023, apenas superado pelos anos de 2021 e de 2020 (em que o principal mercado representou 16,2% e 16,6% das dormidas de não residentes), anos fortemente influenciados pela pandemia de COVID-19. Face a 2013, registou-se um decréscimo de 4,9 p.p. do peso do principal mercado no total das dormidas de não residentes.
Analisando o conjunto dos três principais mercados externos, em 2023, estes representaram 40,3% do total das dormidas de não residentes na generalidade dos meios de alojamento, o valor mais baixo desde 2013. Excluindo os anos de 2020 e 2021, que foram mais influenciados pela crise gerada pela pandemia de COVID-19, desde 2016 que o peso dos três principais mercados tem vindo a diminuir. Face a 2013, registou-se um decréscimo de 7,5 p.p..
Em 2023, a Grande Lisboa foi a região NUTS II onde se registou uma menor dependência, quer do principal mercado externo (15,2%) quer do conjunto dos 3 principais mercados externos (33,1%). Enquanto regiões com menor dependência do principal mercado externo, seguiram-se a RA Açores (17,6%), o Alentejo (19,2%) e o Norte (19,3%), enquanto a Península de Setúbal foi a segunda região com menor peso do conjunto dos três principais mercados externos (42,2%).
Em sentido contrário, o Algarve foi a região mais dependente do principal mercado externo, que representou 35,4% das dormidas de não residentes na região, seguindo-se o Oeste e Vale do Tejo (25,7%) e o Centro (25,5%). A RA Madeira foi a região mais dependente do conjunto dos 3 principais mercados externos (57,4%), seguida do Algarve (57,2%).
Para saber mais ...
Fonte: Principais fontes de informação primária: Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros alojamentos (IPHH); Inquérito à Permanência de Campistas em Parques de Campismo (IPCAMP); Inquérito à Permanência de Colonos nas Colónias de Férias (IPCOL).
Poderá consultar mais informação estatística sobre o tema do Turismo no portal do INE
Conceitos
Hóspede - Indivíduo que efetua pelo menos uma dormida num estabelecimento de alojamento turístico.
Dormida - permanência de um indivíduo num estabelecimento que fornece alojamento, por um período entre as 12 horas de um dia e as 12 horas do dia seguinte.
Estada média - relação entre o número de dormidas e o número de hóspedes que deram origem a essas dormidas, no período de referência.
Taxa líquida de ocupação-cama - Corresponde à relação entre o número de dormidas e o número de camas disponíveis, no período de referência, considerando como duas as camas de casal.
Proveitos totais - valores resultantes da atividade dos meios de alojamento turístico: aposento, restauração e outros decorrentes da própria atividade (cedência de espaços, lavandaria, tabacaria, comunicações, entre outros).
Proveitos de aposento - valores resultantes das dormidas de todos os hóspedes nos meios de alojamento turístico.
RevPar (Revenue Per Available Room) - Rendimento por quarto disponível, medido através da relação entre os proveitos de aposento e o número de quartos disponíveis, no período de referência.
ADR (Average Daily Rate) - Rendimento por quarto ocupado, medido através da relação entre os proveitos de aposento e o número de quartos ocupados, no período de referência.
Hotelaria - Estão incluídos: hotéis, hotéis-apartamentos, pousadas, quintas da Madeira, apartamentos e aldeamentos turísticos.
Alojamento local (AL) - Estabelecimento que presta serviços de alojamento temporário mediante remuneração, nomeadamente a turistas, e reúne os requisitos previstos na legislação em vigor, com exclusão dos requisitos específicos dos empreendimentos turísticos. Pode assumir as modalidades de moradias, apartamentos, estabelecimentos de hospedagem (incluindo os hostels). Nota: Incluem-se as pensões, albergarias, motéis e estalagens anteriormente classificadas como Outros alojamentos turísticos. São considerados apenas os estabelecimentos de alojamento local com 10 ou mais camas, de acordo com o limiar estatístico previsto no Regulamento UE 692/2011.
Turismo no espaço rural (TER) - estabelecimentos que se destinam a prestar serviços de alojamento a turistas em espaços rurais, dispondo para o seu funcionamento de um adequado conjunto de instalações, estruturas, equipamentos e serviços complementares, de modo a preservar e valorizar o património arquitetónico, histórico, natural e paisagístico da respetiva região.
Turismo de habitação (TH) - estabelecimentos de natureza familiar, instalados em imóveis antigos particulares, nomeadamente palácios e solares, em função do seu valor arquitetónico, histórico ou artístico, podendo localizar-se em espaços rurais ou urbanos.
Parque de campismo e caravanismo - empreendimento turístico instalado em terrenos devidamente delimitados e dotados de estruturas destinadas a permitir a instalação de tendas, reboques, caravanas ou autocaravanas, assim como demais material e equipamento necessários à prática do campismo e do caravanismo.
Colónia de férias - estabelecimento de alojamento turístico que dispõe de infraestruturas destinadas a proporcionar períodos de férias gratuitas ou a baixo preço (geralmente subsidiadas), por vezes configurando a forma de prestação de um serviço de âmbito social.
Pousada da juventude - Estabelecimento sem fins lucrativos destinado à hospedagem principalmente de jovens (sozinhos ou em grupos limitados).