População residente em Portugal aumenta pelo quinto ano consecutivo,
em consequência do crescimento migratório positivo
Em 2023, a população residente em Portugal foi estimada em 10 639 726 pessoas, o que representou um aumento de 123 105 habitantes relativamente ao ano anterior.
Em termos de indicadores demográficos sobre natalidade e fecundidade, realça-se que:
- o número de nados-vivos (85 699) aumentou 2,4% em relação a 2022 (83 671);
- o Índice Sintético de Fecundidade subiu para 1,44 filhos por mulher (1,42 em 2022);
- a idade média das mulheres ao nascimento de um filho foi de 31,6 anos (31,7 anos em 2022);
- a idade média ao nascimento do primeiro filho situou-se em 30,2 anos (30,3 anos em 2022).
No que respeita a indicadores demográficos sobre mortalidade, salientam-se:
- a redução de 4,9% no número de óbitos relativamente a 2022 (118 295 e 124 361, respetivamente);
- o ligeiro decréscimo no número de óbitos infantis (de 219, em 2022, para 210 no ano de referência);
- a redução da taxa de mortalidade infantil diminuiu para 2,5 óbitos por mil nados-vivos (2,6‰ em 2022).
No âmbito dos fluxos migratórios, em 2023, estima-se que:
- tenham entrado em Portugal 189 367 imigrantes permanentes, mais 13,3% do que em 2022 (167 098);
- tenham saído 33 666 emigrantes permanentes, mais 8,8% do que em 2022 (30 954).
O saldo migratório foi positivo (155 701) pelo sétimo ano consecutivo (136 144 em 2022).
Os indicadores sobre formação e dissolução familiar mostram que, em 2023, se realizaram em Portugal 36 980 casamentos, mais 28 casamentos do que no ano anterior (36 952). A idade média ao primeiro casamento situou-se em 35,8 anos para os homens e 34,3 anos para as mulheres (35,1 anos e 33,7 anos, respetivamente, em 2022).
A publicação eletrónica “Estatísticas Demográficas” divulga dados a nível nacional, para o período 2015-2023, sendo ainda disponibilizadas séries longas dos principais indicadores demográficos, com informação decenal, no período de 1900 a 1980, e anual, de 1980 a 2023.
É possível aceder gratuitamente à publicação (em PDF) e à informação estatística que lhe está associada (em folha de cálculo).
1. População residente
Aumento da população residente de 123,1 mil pessoas
Em 2023, a população residente em Portugal foi estimada em 10 639 726 pessoas, o que corresponde a um aumento de 123 105 relativamente a 2022 (10 516 621 pessoas) e a uma taxa de crescimento efetivo de 1,16% (0,91% em 2022).
O aumento populacional resultou de o saldo migratório positivo, de 155 701 (136 144 em 2022), ter compensado o saldo natural negativo, de -32 596 (-40 640 em 2022), resultando numa taxa de crescimento migratório positiva, de 1,47%, e numa taxa de crescimento natural negativa, de -0,31%.
Figura 1. População residente (milhares), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Estimativas anuais da população residente
Figura 2. Taxas de crescimento efetivo, natural e migratório (%), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Estimativas anuais da população residente e Indicadores demográficos
A tendência de envelhecimento demográfico mant eve-se em 2023, processo que se evidencia pela alteração do perfil das pirâmides etárias de 2015 e 2023. O estreitamento na base da pirâmide etária traduz a redução do número de jovens, como resultado da baixa da natalidade. O alargamento no topo da pirâmide etária corresponde ao acréscimo da proporção de pessoas idosas, em consequência do aumento da esperança de vida.
O índice de envelhecimento, que compara a população com 65 e mais anos (população idosa) com a população dos 0 aos 14 anos (população jovem), continuou a aumentar. Em 2023, por cada 100 jovens residiam em Portugal 188,1 idosos (184,4 em 2022).
Em 2023, a idade mediana da população residente em Portugal – que corresponde à idade que divide a população em dois grupos de igual dimensão – foi de 47,1 anos, representando um aumento de 0,2 anos relativamente a 2022 (46,9 anos) e de 3,0 anos face a 2015 (44,1 anos).
A idade mediana dos homens aumentou 2,9 anos entre 2015 e 2023, atingindo o valor de 45,4 anos. A idade mediana das mulheres aumentou 3,0 anos entre 2015 e 2023, ficando-se nos 48,6 anos.
Figura 3. Pirâmide etária, Portugal, 2015 e 2023 Fonte: INE, Estimativas anuais da população residente e Indicadores demográficos
2. Natalidade e fecundidade
Índice sintético de fecundidade aumenta para 1,44
Em 2023, registaram-se 85 699 nados-vivos, filhos de mães residentes em território nacional, um aumento de 2,4% em relação a 2022. Este aumento contribuiu para uma subida da taxa bruta de natalidade, que passou de 8,0 em 2022, para 8,1 nados-vivos por mil habitantes em 2023.
Figura 4. Nados-vivos (N.º) e Taxa bruta de natalidade (‰), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Nados-vivos e Indicadores demográficos
Em 2015, O Índice Sintético de Fecundidade (ISF), que representa o número médio de filhos por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos), foi de 1,31 (o último ano em que se observou um valor acima de 2,1, o limiar de substituição de gerações foi 1981); até 2019 verificou-se uma recuperação da fecundidade, com aumentos deste indicador.
Em 2020 e 2021, o número médio de filhos por mulher em idade fértil decresceu de novo, respetivamente, para 1,41 e 1,35 filhos por mulher. Em linha com o aumento da natalidade nos dois anos seguintes, voltou a aumentar, atingindo 1,44 filhos por mulher em 2023.
A taxa de fecundidade registou o valor de 38,57 nados-vivos por mil mulheres em idade fértil (37,80 em 2022). A decomposição por idades das mulheres permite concluir que, em relação a 2022, as subidas foram mais acentuadas nos grupos etários dos 20 aos 24 anos e dos 25 aos 29 anos. O grupo etário dos 35 aos 39 anos foi o único no qual se verificou uma descida da fecundidade em relação a 2022.
A taxa de fecundidade na adolescência (taxa de fecundidade no grupo etário dos 15 aos 19 anos), também apresentou um acréscimo em 2023, passando de 6,17 para 6,38 nados-vivos por mil mulheres adolescentes.
Figura 5. Taxa de fecundidade geral (‰) e Índice sintético de fecundidade (N.º), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Nados-vivos e Indicadores demográficos
Entre 2015 e 2023, a idade média das mulheres ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento) passou de 30,9 para 31,6 anos (31,7 anos em 2022). No mesmo período, a idade média ao nascimento do primeiro filho passou de 29,5 anos em 2015 para 30,2 anos).
Em 2023, 29,2% dos nados-vivos eram filhos de mães residentes em Portugal mas que nasceram fora do país (naturalidade estrangeira ), e 70,8% filhos de mães nascidas em Portugal (naturalidade portuguesa).
Entre 2015 e 2023, a proporção de nados-vivos de mães com naturalidade estrangeira subiu 12,8 pontos percentuais (p.p.), tendo-se observado entre 2022 e 2023 a maior variação percentual do período (4,7 p.p.).
Figura 6. Nados-vivos por naturalidade da mãe (%), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Nados-vivos e Indicadores demográficos
3. Mortalidade e esperança de vida
Número de óbitos diminui 4,9% em relação a 2022
Em 2023, registaram-se 118 295 óbitos de pessoas residentes em Portugal (50,1% óbitos de homens e 49,9% óbitos de mulheres), o que corresponde a uma redução de 4,9% (menos 6 066 óbitos) relativamente a 2022.
A taxa bruta de mortalidade foi de 11,2 óbitos por mil habitantes, valor inferior ao de 2022 (11,9‰).
Em 2023, registaram-se 210 óbitos durante o primeiro ano de vida, menos nove óbitos do que em 2022. A taxa de mortalidade infantil passou para 2,5 óbitos por mil nados-vivos (2,6‰ em 2022).
Da totalidade dos óbitos de pessoas residentes em Portugal, 44,5% (44,6% em 2022) ocorreram em idades iguais ou superiores a 85 anos. Nas mulheres, mais de metade (55,4%) dos óbitos ocorreu aos 85 ou mais anos (55,6% em 2022), enquanto a maioria dos óbitos dos homens (66,4%) se registou em idades inferiores aos 85 anos (66,5% em 2022).
Figura 7. Óbitos (N.º) e Taxa bruta de mortalidade (‰), Portugal, 2015-2023
Figura 8. Distribuição dos óbitos por sexo e por grupos etários (%), Portugal, 2015 e 2023 Fonte: INE, Óbitos e Indicadores demográficos
Esperança de vida à nascença aumenta
No triénio 2021-2023, a esperança de vida à nascença foi estimada em 81,17 anos, 78,37 anos para os homens e 83,67 anos para as mulheres, representando, relativamente ao triénio anterior, um aumento de 0,32 anos para os homens e de 0,15 anos para as mulheres.
Figura 9. Esperança de vida à nascença (anos), Portugal, 2013-2015 a 2021-2023 Fonte: INE, Tábuas completas de mortalidade
4. Nupcialidade
Número de casamentos aumenta 0,1% e número de divórcios decresce 5,6%
Em 2023, realizaram-se em Portugal 36 980 casamentos, dos quais 1 009 entre pessoas do mesmo sexo (801 em 2022).
A taxa bruta de nupcialidade manteve o valor de 2022, de 3,5 casamentos por mil habitantes.
Figura 10. Casamentos (N.º) e Taxa bruta de nupcialidade (‰), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Casamentos e Indicadores demográficos
5. Migrações internacionais
Número de imigrantes e emigrantes permanentes continuou a aumentar
Estima-se que, no ano de 2023, tenham entrado em Portugal 189 367 pessoas para residir por um período igual ou superior a um ano (imigrantes permanentes), mais 13,3% do que o estimado para 2022 (167 098). Do total dos imigrantes permanentes: 53,4% eram homens; 62,3% eram nacionais de um país fora da União Europeia (UE); 75,2% nasceram num país Extra-UE; 81,7% residiam anteriormente num país Extra-UE; e 80,8% eram pessoas em idade ativa (15 a 64 anos).
De notar que as estimativas de imigrantes permanentes de 2022 e 2023 integram as pessoas deslocadas da Ucrânia beneficiárias do regime de Proteção Temporária em Portugal.
Estima-se também que, em 2023, tenham saído de Portugal para residir no estrangeiro por um período igual ou superior a um ano (emigrantes permanentes) um total de 33 666 pessoas, mais 8,8% do que em 2022 (30 954). Do total de emigrantes permanentes: 67,5% eram homens; 87,9% tinham nacionalidade portuguesa; 52,3% tiveram como destino um Estado-Membro da UE; e 94,7% eram pessoas em idade ativa.
Dos fluxos estimados de emigrantes e imigrantes permanentes resultou, pelo sétimo ano consecutivo, um saldo migratório positivo de 155 701 pessoas em 2023 (136 144 em 2022).
Figura 11. Saldo migratório internacional, imigrantes permanentes e emigrantes permanentes (N.º), Portugal, 2015-2023 Fonte: INE, Estimativas anuais de emigração e imigração
Para saber mais ...
Fonte: Estatísticas Demográficas
A publicação eletrónica “Estatísticas Demográficas” tem periodicidade anual e visa analisar as várias temáticas do comportamento demográfico da população residente em Portugal, nomeadamente as ligadas ao volume e estrutura etária, crescimento natural e migratório, natalidade e fecundidade, mortalidade e esperança de vida, formação familiar (casamentos celebrados) e dissolução familiar (casamentos dissolvidos por divórcio e por morte), movimentos migratórios internacionais, população estrangeira a residir ou permanecer em Portugal com enquadramento legal e aquisição, atribuição e perda da nacionalidade portuguesa.
A presente edição corresponde à 83.ª edição do anuário temático sobre Demografia, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE, IP) desde 1935.
Os dados publicados estão, na generalidade, desagregados ao primeiro e segundo níveis da Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos (NUTS I e NUTS II), para 2021-2023. Ainda associadas a cada tabela, encontram-se hiperligações para dados com um maior detalhe geográfico e temporal. Sublinha-se que, no Capítulo 6, são disponibilizadas séries longas dos principais indicadores demográficos com informação decenal, para o período de 1900 a 1980, e anual, de 1980 a 2023.
Alguns dos conceitos utilizados
POPULAÇÃO RESIDENTE - conjunto de pessoas que, independentemente de estarem presentes ou ausentes num determinado alojamento no momento de observação, viveram no seu local de residência habitual por um período contínuo de, pelo menos, 12 meses anteriores ao momento de observação, ou que chegaram ao seu local de residência habitual durante o período correspondente aos 12 meses anteriores ao momento de observação, com a intenção de aí permanecer por um período mínimo de um ano.
ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO - relação entre a população idosa e a população jovem, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos (expressa habitualmente por 100 (102) pessoas dos 0 aos 14 anos).
SALDO NATURAL - diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos, num dado período de tempo.
TAXA DE CRESCIMENTO EFETIVO - variação populacional observada durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa por 100 (102) ou 1000 (103) habitantes).
TAXA DE CRESCIMENTO MIGRATÓRIO - saldo migratório observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa por 100 (102) ou 1000 (103) habitantes).
TAXA DE CRESCIMENTO NATURAL - saldo natural observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa por 100 (102) ou 1000 (103) habitantes).
CRESCIMENTO EFETIVO DA POPULAÇÃO - ver variação populacional.
VARIAÇÃO POPULACIONAL - diferença entre os efetivos populacionais em dois momentos do tempo (habitualmente dois fins de ano consecutivos). A variação populacional pode ser calculada pela soma algébrica do saldo natural e do saldo migratório.
NADO-VIVO - o produto do nascimento vivo.
TAXA BRUTA DE NATALIDADE - número de nados vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (expressa em número de nados vivos por 1000 (103) habitantes).
ÍNDICE SINTÉTICO DE FECUNDIDADE - número médio de crianças nascidas vivas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), admitindo que as mulheres estariam submetidas às taxas de fecundidade observadas no momento. Valor resultante da soma das taxas de fecundidade por idades, ano a ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas num determinado período (habitualmente um ano civil).
ÓBITO - cessação irreversível das funções do tronco cerebral.
TAXA BRUTA DE MORTALIDADE - número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de óbitos por 1000 (103) habitantes).
Em 2023
Sumário: Determina a idade normal de acesso à pensão de velhice em 2025.
O Decreto-Lei n.º 187/2007, de 10 de maio, na sua redação atual, estabelece, no n.º 3 do artigo 20.º, que a idade normal de acesso à pensão de velhice após 2014 varia em função da esperança média de vida aos 65 anos de idade verificada entre o segundo e terceiro ano anteriores ao início da pensão, de acordo com a fórmula nele prevista.
(…) a idade normal de acesso à pensão em 2025 é 66 anos e 7 meses. Assim: Manda o Governo, pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o seguinte:
Artigo 1.º
Idade normal de acesso à pensão de velhice em 2025
A idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral de segurança social em 2025, nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 187/2007, de 10 de maio, na sua redação atual, é 66 anos e 7 meses.